terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Madrugada

Madrugada é nome de doce. Muito melhor que goiabada. A quem a prove com parcimônia,  mas são raros. Há nesse doce um tom amargo. Ansiedade vira Angústia. Solitude, solidão. O ressabiado passa a triste. Os sambas viram boleros. E a sede como aumenta.

O amargo vem de nós,  que não se culpe a madrugada. É o Romeo para a Julieta, é como o queijo curado pra goiabada. E como é bom uma madrugada com angústias meia-cura. Eles me fazem sofrer tão melhor.

Sem elas o doce enjoa. Só do azedo e do amargo das cascas raladas se faz boa compota. E que mais me rale. E que a casca se faça mais grossa. Para que o doce seja mais sentido. Para que venha a Madrugada.



M.U.C.C.

3 comentários:

Ana Luisa disse...

Daí a gente se faz azedo pra saber melhor do doce, e sofremos melhor... é isso que procuramos nessas horas, né? Sofrer melhor.

Capyrituba Futebol Clube disse...

já nem madrugada mais é, mas é bem esse o espírito... difícil traduzir em palavras. e, honestamente, você fez isso muito bem! :)

andré casaroli disse...

ps: o capyrituba ali em cima fui eu, fiz o login errado hehe