Madrugada é nome de doce. Muito melhor que goiabada. A quem a prove com parcimônia, mas são raros. Há nesse doce um tom amargo. Ansiedade vira Angústia. Solitude, solidão. O ressabiado passa a triste. Os sambas viram boleros. E a sede como aumenta.
O amargo vem de nós, que não se culpe a madrugada. É o Romeo para a Julieta, é como o queijo curado pra goiabada. E como é bom uma madrugada com angústias meia-cura. Eles me fazem sofrer tão melhor.
Sem elas o doce enjoa. Só do azedo e do amargo das cascas raladas se faz boa compota. E que mais me rale. E que a casca se faça mais grossa. Para que o doce seja mais sentido. Para que venha a Madrugada.
M.U.C.C.
3 comentários:
Daí a gente se faz azedo pra saber melhor do doce, e sofremos melhor... é isso que procuramos nessas horas, né? Sofrer melhor.
já nem madrugada mais é, mas é bem esse o espírito... difícil traduzir em palavras. e, honestamente, você fez isso muito bem! :)
ps: o capyrituba ali em cima fui eu, fiz o login errado hehe
Postar um comentário