domingo, 31 de julho de 2011

Ouro de tolo

Nesses poucos anos de profissão, de casado, de alguns títulos e alguma boa-fama na praça poderia ter me deixado sentir satisfeito, recompensado ou bem sucedido. Mais nesta tola armadilha eu não caio. Minto, é claro. Já cometi a bobagem de muitas vezes me sentir em posição de dizer ou em condições de exigir. Como diz a velha sabedoria, a carne é fraca. Não unicamente em assuntos de amor ou paixão, como se costuma pensar, mas também e principalmente em matéria de vaidade.
Se eu conquistei algum tesouro nesse meu pequeno feixe de anos são as coisas que levo na memória. Lá guardo meus filhos, minha esposa e mais algumas quinquilharias. Enquanto eu puder fechar os olhos e me lembrar de tudo o que me cativa, de todas as noites alegres, as tardes floridas, as boas idéias, as grandes peças musicais, as moças bonitas, os amigos queridos, ainda terei valor e dignidade. Enquanto eu puder dizer " estive ali", "como vai você", enquanto eu ainda souber rir de uma piada e fazer bem a mais alguns, me atreverei a me chamar humano. Depois ...


buenos aires, 19 de julho de 2011

M.U.C.C.

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