quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Fortuna.

Eu estava aqui. Exatamente no lugar onde sempre estive. Neste meu lugar em que o universo está ao alcance da minha mão, em que sei qual é a gaveta dos talheres e posso andar sem abrir os olhos.

Já tinha à esta altura me conformado com o papel de árvore nos Sonhos de Uma Noite de Verão. Já estava me enturmando com fracassos, perdas, frustações e silêncios e som de ocupado era o hit mais pedido de minha rádio.

Então veio ela, não sei se a chamo Norma ou Exceção, Sorte ou Azar, Bem ou Mal. Talvez Brisa ou Tempestade, Dourado do Sol ou Cinza de Nuvem. Pediu para que a chamasse de Fortuna. Veio trazendo outras vidas, outras cores e novos versos. Um outro cosmo brotou em meu catre, achei que a sorte sabia até meu nome.

Quem se encontra com Fortuna fica a um passo do penhasco e outro do conto de fadas. Não sabe se é um lindo unicórnio de asas abertas para a felicidade ou se é um carrossel  que te engoda sazonalmente. Já não é possível saber se é o cheiro da liberdade que sinto ou do anestésico da escravidão.

Só uma coisa sei. Que não sou páreo para Ti, Óh Fortuna!


M.U.C.C.

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