blog dedicado à publicação despretensiosa e despreocupada de pequenos textos, comentários e pitacos em geral.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
penas e papel
Que meu texto seja sempre feito de angústia e estupor!
Que seja como pus que eclode da ferida,
seja a bolsa que se rompe em vida.
as classes, ordens e espécies de meu caos interior.
Que seja a língua do fogo da falta,
que seja a onda tsunâmica do vazio,
que me faça sumir em um redemoinho,
me faça trova, tambor e menino.
Que me mostre a cara da tragédia,
me leve a morar com Ciclopes e Medusas,
me deixe nú em frente ao altar,
que não me tenha dó, que não faça média.
E que nele eu não habite em paz,
que não haja quem sabe outra vida
e que nela eu não possa mandar.
Me tire as penas, o amor e o cocar.
E que eu ainda tenha vida para quando ele ficar pronto.
M.U.C.C.
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