Há um mágico momento em que as direções tornam-se definitivas. Fico pensando se ainda poderia deixar de ser professor para me tornar outra coisa completamente diferente, talvez? Mas se sim não por muito tempo. Chega uma hora em que as coisas ocupam tanto espaço dentro de si que passam a não ocupar mais espaço e sim ser parte dele. Será que poderia deixar de ser um historiador? Não uso a palavra para provocar um título, mas para me referir a minha relação laboral com o tema. Será que poderia me tornar totalmente desinteressado por questões filosóficas, estéticas, epistemológicas? Não sei, mas me parece que já passei da deadline neste campo. Eu já sou um pouco tudo isso.
De olhos fechados vejo toda uma série de posições, decisões, escolhas e tantas outras coisas que podem ser revertidas, ou não. Para a quase totalidade de nossas iniciativas as deadlines são longínquas em alguns casos possivelmente nem existam. Mas há uma deadline para tudo o que nos sustenta existencialmente. As bailarinas tem um curto momento para escolherem ser bailarinas, ou escolherem por elas, não dá para virar Ana Botafogo depois que já é Queen Latifah. Se a vida nos oferece muitas oportunidades, na medida em que passa o tempo se não escolhemos as oportunidades são elas que passam a nos escolher. ma criança muito nova ao mudar de país pode muito bem passar a ser como os do novo mundo que encontra, mas há um momento em que cruzamos uma deadline e não somos mais capazes de trocar de nacionalidade.
Passar a deadline não é necessariamente ruim, pode ser muito bom. Depende da avaliação que fazemos da escolha inicial.
M.U.C.C.
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