sexta-feira, 2 de abril de 2010

muitas lágrimas são lágrimas, mas algumas viram cristal.

Não existe matéria-prima mais bruta, mais pura que as lágrimas para se fazer um cristal.

Um cristal que pode muito bem ser vagabundo, industrialmente produzido, falso, de plástico, barato, sem singularidade alguma,

seu valor não é o seu valor enquanto cristal, seu valor é não ser mais lágrima.

O cristal é para a lágrima uma miragem, uma boa vertigem necessária.

Mas a catarse momentânea que produz, reduz o fluxo das lágrimas a bom termo e de certo modo as justificam.

M.U.C.C.

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