segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um brilho eterno, uma leveza insustentável, um curioso benjamin.


A felicidade é uma espécie de epifania.
Raja seus brilhos etéreos generosamente,
cintila miríades de cores que se caleidoscópicam,
nos brinda como um beijo que se recebe de surpresa.
Felicidade não é paisagem bucólica,
não tem verdejantes montanhas,
macieiras carregadas
e um longo caminho que leva a uma casinha branca com chaminé.

Felicidade nasce de um susto.
Como aquele que se tem ao tentar pôr os pés na areia do fundo do mar e não o encontra.
Como frio da barriga de montanha-russa.
Como o medo de filme de terror.
A felicidade é corajosa e desajeitada,
como o vôo da galinha,
como um amor que se declara,
como o dançar de uma criança.

Uma centelha celeste pousa em minha cabeça,
de repente, feliz.

M.U.C.C.

6 comentários:

Daniel Vinha disse...

Sus crônicas e contos são muito melhores que seus poemas. Seus poemas são prosa em verso. Poemas sem rima, métrica, figuras de linguagem fora do lugar-comum. Se alinhados são crônicas. Poetizar tem de ser desalinho.

Marcão disse...

Legal Luiz Daniel,

eu não sou capaz de fazer poema com métrica e rima é verdade. Como a maioria dos poetas modernistas e pós-modernistas. Eu até tô pensando em parar de acentuar as palavras e fazer pontuação nos poemas para acentuar o descompromisso formal. Os meus poemas são frágeis sim, mas não por isso, eu acho. Ser poeta é coisa para quem lida com as palavras como o messi lida com a bola. Em matéria de linguagem eu to jogando na zaga e olhe lá. Eu escrevo esses poemas por irresponsabilidade mesmo. As crônicas e os contos fluem com mais facilidade. Só escrevo poemas quando as figuras de linguagem, como você falou, ou as imagens criadas pelas palavras se tornam mais importantes que as próprias idéias que querem passar. UM poema para mim não deve ter muito a dizer, deve dizer. Um poema não deve ter uma mensagens, mas talvez várias. Mas adorei o seu post, foi o primeiro comentário sobre uma poesia, salvo engano. Elas passam batido aqui no blog, quem sabe, como você disse, merecidamente!

Marcão disse...

Legal Luiz Daniel

eu nao sou capaz de fazer poema com metrica e rima e verdade

Como a maioria dos poetas modernistas e posmodernistas

Eu ate to pensando em parar de acentuar as palavras e fazer pontuacao nos poemas

para acentuar o descompromisso formal

Os meus poemas sao frageis sim mas não por isso eu acho

Ser poeta e coisa para quem lida com as palavras como o Messi lida com a bola

Em materia de linguagem eu to jogando na zaga e olhe la

Eu escrevo esses poemas por irresponsabilidade mesmo

As cronicas e os contos fluem com mais facilidade

So escrevo poemas quando as figuras de linguagem como você falou

ou as imagens criadas pelas palavras se tornam mais importantes que as proprias ideias que querem passar

UM poema para mim nao deve ter muito a dizer deve dizer

Um poema nao deve ter uma mensagem mas talvez várias

Mas adorei o seu post foi o primeiro comentario sobre uma poesia salvo engano

Elas passam batido aqui no blog quem sabe como você disse merecidamente

Daniel Vinha disse...

É um engano pensar em poetas modernos sem rima e métrica, excetuando-se Oswald. A questão não é o formalismo, o apelo as regras. Mas aquela surpresa, aquela estalar de olhos. Isso falta em seus poemas. Leminsk, o próprio Oswald, Gullar em momentos de desatino. Letras, meu caro, são como mulheres: morenas, loiras, ruivas, orientais. Temos sempre a nossa preferida, mas não deixamos de gostar de todas. Pense na poesia uma morena baiana, se você não souber sambar fica difícil. A prosa, uma argentina clara e loira. E você dança tão bem o tango, um mestre em La Cumparsita...

Valdir Pimenta disse...

Hora ou outra nos aparecem personagens dotados de verdades delirantes. Com um cajado rotulam, enviam ao céu ou inferno. Mas nem foi por isso que entrei Marcão, pensava num comentário sobre o filme do Kaufman somente. Sabina e Tereza são personagens que me roubaram muitas horas de devaneios perdidos naquele tempo em que ainda passeávamos inquietantes pelos corredores do CCH. Mas enfim, fala demais quem não pode criar. Abraço meu caro...

Marcão disse...

valeu valdir,

o kaufmann é demais não? esse filme é lindo! Tereza, sabina e karenin (o cão) estão sempre nos corredores daquele cch mesmo (rsrs)!
abraço!